Dezembro é tempo de… ter tempo!

Chegou o último mês do ano: mês de Natal, mês de fazer balanços do ano que está prestes a terminar, mês de jantares e almoços com família e amigos, mês de dar e receber, mês de estar presente, mas… e onde fica o tempo para estarmos connosco?

Gosto muito deste mês, das luzes, do brilho, do espírito de solidariedade (que deveria estar presente o ano todo, mas mais vale um mês no ano do que nada), das reuniões com família e amigos, da música, da alegria que se sente no ar, da esperança e do brilho nos olhos. Gosto, sobretudo, da Esperança!

Esperança de que o ano que se segue será melhor: as pessoas vão guardar o espírito de Natal o ano inteiro e o mundo será mais pacífico!

Até aqui parece um daqueles filmes de Natal cheios da magia própria desta época, não é?

Estamos no início de dezembro e já tenho (temos, cá em casa) a agenda quase completa com atividades e encontros: o concerto da escola de música dos miúdos (que implica mais ensaios e os pais a transportá-los); a festa de natal da escola (com ensaios e figurinos e as barraquinhas que os pais precisam de organizar e dinamizar para recolha de fundos para doar a instituições de solidariedade social – esta é a parte boa de tudo isto); os jantares e convívios das outras atividades que eles frequentam (e que, sendo pequenos, dependem dos pais para os levarem a todo o lado), somando aos jantares e almoços com os nossos amigos e com quem também queremos passar tempo nesta quadra!

Estou só a falar dos encontros e atividades. Ainda nem mencionei a quantidade de presentes que se trocam em todas estas iniciativas!

E eu, que gosto tanto do Natal, dou por mim a pensar: quando é que o Natal passou a ser esta correria entre compromissos, atividades e compras?

E eu, que gosto tanto de silêncio, dou por mim a pensar: quando é que o Natal passou a ser esta confusão e fonte de stress em nome do espírito natalício?

E eu, que gosto tanto de simplesmente estar, dou por mim a pensar: quando é que as pessoas deixaram de estar presentes, para correrem a comprar presentes?

Estamos no início de dezembro e tenho receio de que, quando chegar o Natal, já não me reste muita energia para apreciar e celebrar o Natal com aqueles que me são queridos, na tranquilidade de minha casa, a conversar à volta da mesa ou em frente à lareira, ouvindo o crepitar da lenha que arde. Isto é, para mim, Natal: estar presente! Ser presente!

Natal é, para mim, tempo para ter tempo para aqueles que nos aquecem o coração!

Tempo para refletir sobre o que passou, sobre os projetos e sonhos que temos ainda por realizar!

Tempo para fazer uma autorreflexão sobre o caminho que quero fazer.

Tempo para renovar a Esperança!

Que este Natal todos possamos ter tempo para refletir sobre a verdadeira essência do Natal!